Após um guarda municipal de Mogi das Cruzes ficar sem parte da orelha por conta de uma agressão, os GCMs apresentam críticas sobre as condições de trabalho. Durante o episódio da agressão, o spray de pimenta utilizado pelo GCM estava vencido desde março de 2016.
O guarda, que prefere não se identificar, diz que as condições dos equipamentos não são boas. “Foi disponibilizado em 2013 e a validade é março de 2016. Então já estamos usando há um ano e quatro meses o spray vencido. No último caso recente, o guarda fez uso do spray para tentar evitar o confronto físico, porém o spray não funcionou.”
Uma das críticas é de que a corporação não fornece armas. Quem tem, é porque conseguiu uma autorização própria na justiça e comprou o armamento por conta própria. “Os guardas se preparam por conta. Vários guardas aqui são bem preparados, são treinados porque eles mesmos investem em treinamento e capacitação. O que a gente não sente é amparo da administração pública. A administração não dá as condições necessárias para fazer a nossa segurança. Então fica difícil tentar fazer a segurança dos outros”, conta.
Os guardas dizem que o perigo aumenta ainda mais quando trabalham em lugares considerados críticos. O guarda que perdeu parte da orelha foi agredido dentro da Praça da Juventude onde outro caso de violência já aconteceu. Em junho de 2014, segundo testemunhas, um GCM foi baleado, quando chegava pra trabalhar na praça. O disparo atingiu o colete a prova de balas e o GCM voltou às atividades.
Sem armamento adequado os guardas dizem que é difícil vigiar o patrimônio. Por conta do vandalismo, a estrutura parece de abandono.
“É um local onde o guarda já precisou ser remanejado algumas vezes, alguns, por sofrerem ameaças de morte. É um local onde o guarda trabalha sem equipamento necessário. A administração não fornece condição ideal de trabalho para o guarda no local”, completa.
Fonte: G1